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A (Ré)tomada da palavra ou A mulher que não se vê
Com dramaturgia de Shaira Mana Josy e Piê Souza, atuação de Ma Dêvi Murti e direção de Anderson Maurício, o espetáculo A (Ré)tomada da Palavra ou A Mulher que Não se Vê transforma o ônibus — esse espaço cotidiano de espera, empurra-empurra e pressa — em uma cena viva. Ali, o silêncio ganha voz, o transporte vira palco e a presença se transforma em manifesto.
O ônibus torna-se território de denúncia e reflexão sobre raça, gênero, deficiência, classe social e políticas públicas. Aquilo que a cidade insiste em empurrar para as margens, o espetáculo traz para o centro do olhar. E deixa no ar uma pergunta incômoda: por que é o corpo de quem vive o mundo com deficiência que causa estranhamento — e não o olhar apressado, acostumado a fingir que não vê?
A obra marca um novo momento na trajetória da Zózima Trupe, coletivo paulistano que, há 18 anos, desafia os limites do teatro tradicional ao ocupar o interior dos ônibus com suas performances. Com uma pesquisa cênica profundamente enraizada nesse espaço simbólico e político, o grupo se dedica a explorar os deslocamentos da cidade e as subjetividades que ela carrega — especialmente aquelas historicamente invisibilizadas.
Sinopse
A obra conta a história de Rosa, uma passageira comunicativa, trabalhadora da limpeza, que tem olhar atento para as injustiças sociais. Em certo dia, ela exige que o motorista pare e volte para uma mulher negra em cadeira de rodas que deu sinal e foi ignorada. Ao descer para ajudá-la, o público vê apenas uma cadeira de rodas vazia. Com inspiração na ativista negra norte-americana Rosa Parks e na história de vida de Flávia Diniz a peça reflete, se na sociedade atual a mulher preta é invisível, a mulher preta com deficiência nem ao menos existe. É lançado um olhar crítico sobre a brutalidade do sistema capitalista, marcado pela exploração e pelo predatismo, que obriga a Mulher Preta a assumir, como uma Atlas dos tempos modernos, o peso do mundo nas costas, sustentando uma sociedade profundamente desigual em sua estrutura. A peça transforma o ônibus — esse lugar de espera, empurra-empurra e pressa — em cena viva, onde silêncio vira fala, o transporte vira palco e a presença vira manifesto.
Ficha Técnica
Atuação: Ma Devi Murti
Dramaturgia: Shaira Mana Josy e Piê Souza
Direção: Anderson Maurício
Músicas: Cleide Amorim
Direção vocal: Eloiza Paixão
Direção de movimento: Janette Santiago
Desenho de luz: Junior Docini
Iluminação: Flávia Servidone & Abner Félix
Figurino e adereços: Clau Carmo
Maquiagem: Gil Ramos & Suze Ferreira
Cenografia: palhAssada ateliê soluções cenográficas
Percussão: Victória dos Santos & Aworonke Lima
Sonoplastia: Pedro Moura & Bárbara Frazão
Vivência de voz, corpo e ancestralidade: Camila Sá
Designer: Nando Motta
Conteúdo do programa do espetáculo: Wanessa Yano
Fotografia: Christiane Forcinito & Leonardo Souzza
Vídeo: Leonardo Souzza
Coordenação de produção: Tatiane Lustoza
Assistência de produção: Samyra Keller, Iara Nazario, Kauã Tripoloni, Maytê Costa
Estágio de produção: Mabel Machado, Samuel Sousa
Convidadas da roda de conversa: Suely Rezende; Flávia Rosa; Dra° Kambandô Juliana,
Marli de Fátima Aguiar, Priscila Obaci
Idealização: Zózima Trupe
Assessoria de imprensa: Canal Aberto - Márcia Marques, Daniele Valério e Marina Franco
Realização: Arte expressa