Desde 2013, os artistas trabalham em um processo de criação compartilhado com o intuito de cruzar trajetórias e encontrar novas possibilidades de invenção em um trânsito de linguagens entre o real e o ficcional. Nesse percurso o trabalho se aproximou das questões da memória e da história oral; do olhar para o feminismo, o ativismo e a mulher na sociedade; do diálogo com as questões do espaço público, da apropriação e do envolvimento com a região central da cidade.

A partir dessas inquietações e pesquisas foram apresentados alguns experimentos cênicos. A artista criadora Luciana Ramin permaneceu 48 horas ininterruptas dentro do ônibus estacionado na Praça Roosevelt, durante as Satyrianas em 2013. E, assim, ganhou forma o projeto Iracema via Iracema: processo de criação compartilhado, que apresentou quatro performances no Sesc Belenzinho, como parte da programação do evento performáticos_inquietos_radicais (2014), além de participar no mesmo ano da mostra Sesc Cariri/CE e de realizar encontros e vivências no projeto de braços abertos na Cracolândia e no espaço cultural Casa Amarela. Em 2016, participou da II Mostra de teatro no ônibus no Terminal Parque Dom Pedro II.

O espetáculo finalizado estreou na SP Escola de Teatro (março e abril/2017) e realizou temporadas no Sesc Santos (dezembro/2017), Sesc Pompeia (janeiro e fevereiro/2018), Sesc Bom Retiro (março e abril/2018), Sesc São Caetano do Sul (maio/2018) e Sesc Ribeirão Preto (maio/2018). Participou de festivais como FIT Rio Preto (julho/2017), 7ª Mostra Mario Pazini de Teatro do Gueto no Espaço Clariô (setembro/2017), Festivais de Solos - Só em cena, em Maringá/PR (novembro/2018) e Festival Isnard Azevedo em Florianópolis/SC (setembro/2019).

Críticas

“O ônibus pela primeira vez aparece com uma estratégia distinta. Ele não é dramaturgicamente exposto, mas em nenhum momento foi possível esquecer que estávamos ali dentro. O ônibus conquistou uma qualidade de território de de afeto e de abrigo. Faculdade rara e necessária quando pensamos no teatro feito ali, instalado no espaço público.”  (Ana Carolina Marinho - Revista da II Mostra de Teatro no Ônibus);

“A encenação é composta de vários flashes da vida dessa mulher marginalizada e semianalfabeta (...). Apesar de se ressentir de mais forte amarração entre esses flashes, a peça flui de maneira vigorosa em função do trabalho da atriz e dos detalhes da encenação: o ônibus como personagem, os adereços de cena, a iluminação cenográfica de Tomate Saraiva (...). ” (José Cetra - Palco Paulistano) 

Ficha técnica

Texto: Suzy Lins de Almeida

Atriz criadora e trilha sonora: Luciana Ramin

Direção e cenografia: Anderson Maurício

Pintura digital, vídeos e iluminação: Gabriel Diaz Regañon

Assistente de Produção: Priscila Reis

Concepção e produção: Agrupamento Andar7 e Zózima Trupe