[Cordel do amor sem fim]

Cordel do amor sem fim

[Divisor]

Com direção de Anderson Maurício e texto de Cláudia Barral, "Cordel do amor sem fim" é a primeira montagem da Zózima Trupe.

A obra marca e finca o projeto teatral do grupo no campo experimental da investigação de um teatro do encontro sem fronteiras, partindo da ousada pesquisa em torno do ônibus como espaço cênico e do estudo sobre a cultura popular.

O espetáculo, apresentado em um ônibus em movimento, narra estórias do universo interiorano. O ir e vir das águas do velho rio São Francisco envolve a vida dos personagens. Teresa, Antônio, Carminha, Madalena e José percorrem as margens do rio, tecendo um trajeto encantatório, como se movimentassem a própria vida no ônibus onde a peça é encenada. 

A narrativa sertaneja compõe um mosaico paradoxal diante da tessitura urbana e suas mazelas cruciais. Influenciados pela força poética da imagem das águas do rio São Francisco, o grupo iniciou uma leitura atenciosa dos textos filosóficos de Gaston Bachelard (1884-1962). Os livros A água e os sonhos, A poética do espaço, A terra e os devaneios da vontade configuraram verdadeiro manancial para o processo de criação cênica. A encenação no ônibus reinventa o lugar, em que elementos rústicos tecem o cenário, conjugado à música caipira e aos diversos cheiros dos temperos interioranos. 

O espetáculo foi apresentado mais de 650 vezes em vários estados brasileiros e também no continente europeu. Temporadas no Sesc Rio Preto (outubro/2009), Sesc Ipiranga (outubro/2009), Sesc Avenida Paulista (maio/2009), Sesc Consolação (janeiro e fevereiro/2008), Sesc Ribeirão Preto (maio/2018), entre outros. Participação em diversos festivais, como a Virada Cultural de São Paulo (abril/2008), FESTARA (out/2010), XV FENTEPP (setembro/2008), entre outros.

Prêmios 

2008 - Mostra de Teatro (Jundiaí/SP) – Melhor Direção, Cenografia, Atriz, Ator e Atriz Coadjuvantes;

2008 - Invade Rua (Mogi das Cruzes/SP) – 3º lugar na categoria Melhor Espetáculo.

Críticas

“Há intensa gama de significados na contradição da cena representada no interior do ônibus e a paisagem urbana que ele percorre.” (Sebastião Milaré - Revista aParte);

“A Zózima Trupe conseguiu explorar o movimento natural do ônibus, relacionando seu aspecto de estar sempre de passagem e em movimento com a vida dos personagens.” (Leca Perrechil – Revista Bacante);

“O deslocamento no espaço do ônibus se conecta com o deslocamento no tempo.” (Matteo Bonfitto);

“Pena é não haver uma Zózima para cada ônibus. Além do teatro ir até quem o pertence de verdade, o povo, provavelmente pensaríamos duas vezes antes de dirigir nossos próprios carros.” (Tiago Germano – Guia Boca a Boca).

Ficha técnica

Encenação: Anderson Mauricio

Dramaturgia: Cláudia Barral

Direção Musical: Roberta Forte

Artistas-Pesquisadores: Anderson Maurício, Cleide Amorim, Junior Docini, Priscila Reis, Tatiana Nunes Muniz e Tatiane Lustoza.

Assistência de Produção: Amanda Azevedo e Jonathan Araujo